Trata-se de um edifício de planta retangular, coberto por terraço. O interior resume-se, praticamente, à sala de espetáculos, a qual possui plateia, um balcão e um palco, sendo ladeada por galerias.
Edifício cuja porta de entrada é ladeada por envidraçados, que correspondem às antigas bilheteiras (atual tabacaria). Num segundo nível, observam-se motivos decorativos art-déco em betão. O piso térreo é ocupado pelo salão de jogos, estrutura funcional marcada por um conjunto de plataformas e escadarias de grande riqueza espacial. Sobre este piso elevam-se dois níveis de galerias. Na cobertura do edifício existe um terraço.
Este prédio de rendimento, da autoria do arquiteto Miguel Ventura Terra (que lhe dá o nome), enquadra-se numa arquitetura civil de feição eclética, sendo um belo exemplar da aplicação da Arte Nova em Portugal. Atente-se nos tetos da sala de estar e do escritório (em estuque, simulando vigamento em madeira) e nos belíssimos azulejos Arte Nova, com figurações várias. Saliente-se também os pormenores decorativos em pedra nas varandas principais, ou as venezianas desenhadas em ferro e madeira.
É um bom exemplar da decoração de estabelecimentos comerciais do princípio do século XX, que mantém a sua decoração primitiva. De influência parisiense, os desenhos da fachada e do seu interior (1917) são da autoria de Raul Lino.