Foi terra de romanos, de muçulmanos e até de espanhóis, mas quis o Tratado de Alcanizes, em 1297, que a vila de Campo Maior fosse portuguesa. Colada à fronteira entre Portugal e Espanha, esta pacata localidade alentejana alia a simplicidade do seu povo às diferentes culturas que por ali vão passando, por necessidade ou por gosto. Faça desta vila rica em história um ponto de paragem obrigatória! Se for na Festa das Flores, sinta-se afortunado, pois só se realizam esporadicamente e são o acontecimento mais solene da localidade. O All About Portugal organizou um roteiro imperdível, onde não falta património, lazer e o tradicional Vinho Alentejano.

Porta da Vila

Porta da Vila

A vila de Campo Maior sabe receber quem a visita. Se tiver dúvidas, estas caem por terra mal chega à entrada nobre da localidade, a portentosa Porta da Vila, também conhecida como Portas de Santa Maria. Comece este roteiro irresistível junto a este magistral monumento, embrenhado na muralha que ainda hoje persiste nos contornos de Campo Maior. A porta, de grande altura, é de uma beleza única e uma lembrança grandiosa de outros tempos.

Castelo de Campo Maior

Castelo de Campo Maior

A cerca de 300 metros encontra o Castelo de Campo Maior, que oferece, muito provavelmente, as vistas mais belas sobre a vila. Lembrança de um passado escrito por reis, guerras e conquistas, este castelo era um dos grandes bastiões da defesa fronteiriça de Portugal. Embora já tenha perdido a beleza e ostentação dessa época, continua a merecer uma visita, sendo de destacar a sua capela interior e as torres que sobreviveram à dureza dos séculos. (De momento encontra-se encerrado para obras).

Igreja Matriz de Campo Maior

Igreja Matriz de Campo Maior

Mergulhe no coração de Campo Maior, caminhando pelas ruas estreitas e (por vezes) agitadas da vila durante cerca de quatro minutos. Numa destas ruas aparentemente “normais”, ergue-se a belíssima Igreja Matriz, cuja construção ficou concluída em 1646, visando receber a população já demasiado numerosa para a Capela de Santa Clara, dentro do Castelo. Tem fachada tripartida e, no interior, irá encontrar artefactos soberbos, como adornos bordados a ouro do século XVI.

Capela dos Ossos

Capela dos Ossos

Imediatamente ao lado da Igreja Matriz está a Capela dos Ossos, uma das três que existem em Portugal. Tal como o nome indica, o interior desta igreja é composto por ossadas humanas, tendo sido construída em 1766. Não recomendável a pessoas mais sensíveis, a capela serve de homenagem à população de Campo Maior que pereceu na catástrofe de 1732, quando o rebentamento de um paiol de pólvora provocou a morte de mais de metade dos habitantes da localidade.

Museu de Arte Sacra

Museu de Arte Sacra

Um testemunho físico da identidade religiosa da região, o Museu de Arte Sacra, propriedade da Fábrica da Igreja da Freguesia de São João Baptista, reúne uma importante mostra de pinturas, ourivesaria, imagens de Fé e até mobiliário. O espaço combina obras de arte de diversas igrejas do concelho, traçando uma história da Arte entre o século XVI e XX. Localizado na Capela de Nossa Senhora do Carmo, tem várias salas temáticas e também o Jardim de Santa Bárbara.

Lagar Museu – Palácio Visconde d’Olivã

Lagar Museu – Palácio Visconde d’Olivã

Muito se fala do vinho e da gastronomia alentejanas, mas parte da identidade cultural deste povo também reside no azeite. Para celebrar esta iguaria tradicional, uma das imagens de marca da região, foi inaugurado em 2005 o Lagar Museu, no Palácio Visconde d’Olivã. Antigo lagar de azeite, o espaço é uma verdadeira ode à olivicultura e ao azeite, recriando o processo de produção e oferecendo aos visitantes novas curiosidades e aprendizagens sobre o produto.

Museu Aberto

Museu Aberto

A história de Campo Maior escreve-se com a influência de diversas culturas, épocas e, tanto quanto possível, à boleia da memória. O Museu Aberto, bem no coração da vila, procura tornar real essa vontade de partilhar, com quem lá mora ou a visita, o passado da localidade. Das gentes de outros tempos à longa relação com Espanha, conhecer este espaço é obrigatório para quem pretende descobrir mais profundamente as diferentes camadas que constituem a identidade da vila.

Povoado Pré-Histórico de Santa Vitória

Povoado Pré-Histórico de Santa Vitória

A cerca de três quilómetros de Campo Maior, pode visitar o Povoado Pré-Histórico de Santa Vitória, datado de 3000 a.C., de interesse público e arqueológico. Perante a organização do solo, é identificável uma zona central que deveria funcionar como acrópole, ladeada por fossos e muralhas. O Povoado dispõe de informação teórica sobre o que ali foi encontrado, sendo um dos pontos altos desta visita a subida à torre que lá se encontra e oferece uma vista invejável pelas proximidades.

Centro de Ciência do Café

Centro de Ciência do Café

Também nas redondezas da vila de Campo Maior pode encontrar um museu único em toda a Península Ibérica. Pertencente à Delta Cafés, o Centro alia a aprendizagem a componentes técnico-científicos, assim como a atividades didáticas e de lazer que proporcionam uma experiência rara em todo o mundo. Além disso, é ainda possível conhecer um pouco melhor uma das marcas portuguesas mais relevantes não só do panorama atual, mas também das últimas décadas.

Adega Mayor

Adega Mayor

Ali perto, pode encontrar a emblemática Adega Mayor. A bela paisagem alentejana é caraterizada por planícies, casas caiadas de branco, azul e amarelo… e vinhas. O vinho, aliás, é uma das maravilhas da região, devendo acompanhar à mesa a típica e farta gastronomia alentejana. Alie a prova deste néctar a uma visita guiada pela Adega Mayor, que proporciona uma aprendizagem única de todo o processo de vinificação. Já o edifício é da autoria do arquiteto Siza Vieira.

Aldeia de Ouguela

Aldeia de Ouguela

A cerca de nove quilómetros de Campo Maior maravilhe-se com Ouguela, uma antiga povoação medieval. Nesta pequena aldeia, destaca-se o Castelo, memória da ostentação de outros tempos. Outrora uma praça-forte daquela região, e palco de confrontos épicos entre portugueses e espanhóis, foi integrada em Campo Maior no século XIX. As muralhas “protegem” as suas gentes, enquanto, do cimo destas, é possível admirar a incrível paisagem em redor. Uma forma de fechar este roteiro em beleza.